1º leilão de Bolsonaro, concessão de 12 aeroportos arrecada R$ 2,377 bilhões

Concessão de 12 aeroportos arrecada R$ 2,377 bi, 1.000% mais que previsto.

O governo Jair Bolsonaro leiloou hoje, na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), 12 aeroportos, divididos em três regiões: Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste. No total, a concessão dos terminais por 30 anos arrecadou R$ 2,377 bilhões em outorgas para os cofres públicos. Foi o primeiro leilão da gestão Bolsonaro. O valor é 986% maior que o lance mínimo estabelecido pelo governo, de R$ 218,7 milhões.

Os vencedores também deverão fazer investimentos para a ampliação e a manutenção dos aeroportos. Nos cinco primeiros anos, a previsão do governo é que eles invistam R$ 1,47 bilhão. Dois dos três blocos foram arrematados por estrangeiros. A assinatura dos contratos só deverá ocorrer após a homologação do resultado pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), ainda sem data prevista. Veja quem levou os blocos e quais são os aeroportos de cada um.

Nordeste

Mais cobiçado, o bloco foi arrematado pela espanhola Aena, que venceu com um lance de R$ 1,9 bilhão. A empresa terá que fazer investimentos de R$ 2,15 bilhões nos próximos 30 anos. A disputa se concentrou entre a Aena e o grupo suíço Zurich Aiport. O grupo espanhol saiu na frente com oferta de R$ 1,85 bilhão. Próximo ao final do leilão, o grupo suíço ofereceu R$ 1,851 bilhão. O lance foi coberto logo em seguida pela Aena, que ofereceu R$ 1,9 bilhão, um ágio de 1.010,69%, e levou o bloco.

Aracaju (SE)

Campina Grande (PB)

João Pessoa (PB)

Juazeiro do Norte (CE)

Maceió (AL)

Recife (PE).

Centro-Oeste

O bloco foi leiloado ao consórcio Aeroeste, formado por duas empresas de transporte rodoviário, a Socicam (empresa responsável pelo Terminal Tietê, em São Paulo) e a Snart. O grupo pagará R$ 40 milhões à União e deverá fazer investimentos de R$ 770,6 milhões em 30 anos. Foram duas propostas. A do vencedor, de R$ 40 milhões, representa ágio de 4.739%. O consórcio Construcap-Agunsa ofereceu R$ 31,5 milhões, ágio de 3.711,01%.

Alta Floresta (MT)

Cuiabá (MT)

Rondonópolis (MT)

Sinop (MT).

 

Sudeste

O bloco foi arrematado pela companhia suíça Zurich, que venceu o leilão com uma proposta de R$ 437 milhões, que serão pagos à União. Deverão ser feitos investimentos de R$ 3,5 bilhões nos próximos 30 anos. Foram apresentadas quatro propostas. A Zurich venceu com ágio de 830,15%. A ADP do Brasil ofereceu R$ 304 milhões, ágio de 547%. A CPC (Companhia de Participações em Concessões), deu lance de R$ 167 milhões, ágio de 255,47%, e a Fraport fez uma oferta de R$ 125,002 milhões, ágio de 166,07%.

Macaé (RJ)

Vitória (ES).

Terminais com 20 milhões de passageiros

Os 12 aeroportos correspondem a 9,5% do mercado doméstico de aviação e movimentam quase 20 milhões de passageiros por ano. O setor, entretanto, ainda cresce em um ritmo abaixo do desejado. O número de passageiros que circularam pelos dez aeroportos já concedidos à iniciativa privada cresceu 5% no ano passado. Nos terminais leiloados hoje, o movimento avançou 6%.

Governo destaca interesse de estrangeiros

O governo avaliou como “extremamente positivo” o resultado do leilão e destacou a participação de empresas estrangeiras. Demonstra o interesse dos estrangeiros e, mais do que isso, a credibilidade dos processos de concessão. Teremos outras rodadas de leilão de aeroportos, rodovias e outros ainda neste ano Marcelo Guaranys, secretário-executivo do Ministério da Economia O leilão de hoje foi o primeiro no modelo de blocos. Até então, os terminais vinham sendo leiloados individualmente. Segundo o governo, a organização em três blocos está relacionada a uma maior vocação de uso dos terminais: os do Nordeste, para o turismo, os do Centro-Oeste, para o agronegócio, e os do Sudeste, para atividades empresariais ligadas ao setor de energia, como petróleo e gás. Bolsonaro estimou que pode leiloar pelo menos 49 projetos de infraestrutura em 2019, com investimentos que devem chegar a R$ 67,9 bilhões. A previsão é que até abril, quando a gestão completa cem dias, tenham sido leiloados 23 projetos. Além dos 12 aeroportos, dez portos e a ferrovia Norte-Sul devem ser concedidos a iniciativa privada.

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